Então...
Encontrei um artigo, que relata a História da Cerveja, desde sua origem... à 10.000 anos!
O texto é longo, mas vale à pena conferir, porque dá uma noção da importância da cerveja para a Humanidade, e como conquistou tantos adeptos pelo Mundo!
"A HISTÓRIA DA CERVEJA"
(Por: Carlos Alberto Tavares Coutinho)
A origem das denominações atuais da cerveja, vêm da antigüidade. Plínio, menciona o uso da cerveja na península Ibérica com o nome de Célia e Céria e na Gália, com o nome de Cerevisia ou Cervisia. Provavelmente derivados do nome da deusa Ceres. Muito antes disto, Platão, na antiga Grécia, a denominava de Cerialis liquor. Archiloco, menciona a Bryton, produzida com cevada, pelos frígios e pelos trácios (búlgaros). Os ilíricos e os panônios, a chamavam de Sabaja ou Sabajum. O nome Cerveja (português), Cerveza ou Cervesa (castelhano), Giarvusa (retorromânico), Cervoise (francês arcaico), derivam das palavras Cerevisia ou Cervisia do latim. Já o nome Birra (italiano), Bière (francês), Beer (inglês), Bier (alemão) e Pivo (povos eslavos), derivam dos termos Peor, Bior e Pier do alemão arcaico, que por sua vez deriva dos termos Biber ou Biberis do latim. Outros antigos termos alemães (alu, alo, e ealo) ainda são conservados no inglês (ale).
Há mais de 10.000 anos, o homem primitivo conheceu o fenômeno da fermentação e obteve, em pequena escala, as primeiras bebidas alcoólicas.
Quase todos os povos primitivos elaboravam algum tipo de bebida alcoólica equivalente à cerveja. Perdem-se no tempo as primeiras bebidas elaboradas pelo homem, que remontam à pré-história. Matérias primas açucaradas como mel, suco de frutas, suco de palmas, além do leite e féculas, serviram de base para a elaboração destas bebidas. Ainda não há um consenso entre os historiadores sobre a origem da cerveja, entretanto esta bebida é tida como a mais antiga consumida pelo homem.
A cerveja é tão antiga quanto o pão, pois era obtida a partir da fermentação de cereais como cevada e trigo. A cerveja era feita por padeiros devido à natureza da matéria-prima utilizada: grãos de cereais e leveduras. A cevada era deixada de molho até germinar e, então, moída grosseiramente, moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados fermentar.
Há evidências de que a prática da cervejaria originou-se na região da Mesopotâmia onde a cevada cresce em estado selvagem. Os primeiros registros de fabricação de cerveja têm aproximadamente 6.000 anos e remetem aos Sumérios. Provavelmente os Sumérios descobriram o processo de fermentação por acaso. Naturalmente, ninguém sabe hoje, exatamente como isto ocorreu, mas poderia ser que uma parte do pão de cevada ficou molhada e esquecida simplesmente, depois de algum tempo o pão começou a fermentar e resultou numa polpa inebriante. A primeira cerveja foi provavelmente um acidente. Tem-se que a cerveja feita de cevada maltada já era fabricada na Mesopotâmia. No 4º ou 5º milênio A.C. já existiam diversos tipos de cerveja. Documentos históricos mostram que em 2100 a.C. os sumérios alegravam-se com uma bebida fermentada, obtida de cereais. Na Suméria, cerca de 40% da produção dos cereais destinavam-se às cervejarias chamadas "casas de cerveja", mantida por mulheres. Uma antiga placa de argila gravada com a língua suméria indica que a fabricação de cerveja era uma profissão feminina e altamente respeitada e esboça as etapas para fazer a cerveja. Esta placa tem pictógrafos que representam a cevada, pão cozinhando, pão desintegrado sendo posto na água, a massa sendo feita e então uma bebida.
Os Sumérios aperfeiçoaram este processo e são reconhecidos como a primeira cultura civilizada a fabricar a cerveja, tinham descoberto a divina bebida que ofereceriam a seus deuses. Como em 1800 a.C. ofereceram em celebração a deusa Ninkasi. A cerveja foi bebida com uma palha para ajudar a filtrar os sedimentos e o pão encharcado que era parte da fermentação.
Quando o império sumério desmoronou, os babilônios transformaram as leis da Mesopotamia e incorporaram a cultura suméria à sua própria. Em conseqüência, adquiriram o conhecimento para fabricar a cerveja. Os babilônios fabricaram pelo menos vinte tipos diferentes de cerveja, sendo 8 fermentadas com emmer puro (tipo de grão pré-histórico, similar ao trigo), 8 de cevada pura e 4 de mistura de grãos. Nesta época a cerveja era turva e não filtrada e era bebida com ajuda de palha para evitar que o resíduo alcançasse a boca pois era muito amargo. O 6º rei babilônio, Hammurabi, decretou uma coleção de leis sôbre a cerveja, dentre as quais havia uma que estabelecia uma ração diária de cerveja. Quanto mais elevado o status, mais cerveja recebia, como por exemplo: um trabalhador normal recebia 2 litros, os empregados do império recebiam 3 litros, os sacerdotes e os altos administradores recebiam 5 litros. Nesta época a cerveja não era vendida, mas trocada por cevada, o rei Hammurabi decretou a morte por afogamento em sua própria cerveja de uma mulher que aceitou pagamento para o seu produto, afogamento também era a punição para cerveja de baixa qualidade. Os babilônios exportaram também a cerveja para o Egito, apesar de estar distante 1000 quilômetros.
Os egípcios logo aprenderam a arte de fabricar cerveja e carregaram a tradição no milênio seguinte. Continuaram a usar o pão para fermentar a cerveja mas adicionaram também temperos para modificar seu sabor. Os egípcios antigos tiveram mesmo um hieróglifo para o fabricante de cerveja o que ilustra a importância da fabricação de cerveja para a cultura. Os antigos originais egípcios mostram que a cerveja e o pão eram parte da dieta diária e tanto foram consumidos pelo ricos quanto pelo pobres.
A cervejaria mais antiga que se conhece foi descoberta recentemente por arqueólogos no Egito. Ela data de 5400 anos a.C. e produzia vários tipos de cerveja.
A cerveja produzida naquela época era bem diferente da de hoje em dia. Era escura, forte e muitas vezes substituia a água, sujeita a todos os tipos de contaminação, causando diversas doenças à população. Mas a base do produto, a cevada fermentada, era a mesma. Ela já fazia parte do cardápio da humanidade desde o começo das primeiras civilizações mesopotâmicas.
Nessa mesma época, a cerveja era utilizada como moeda para pagar os trabalhadores e também como produto de beleza para as egípcias, que acreditavam em seus poderes de rejuvenescimento. No Egito, a cerveja ganhou status de bebida nacional, sua fabricação ficava por conta das sacerdotisas dos templos de seus deuses. Zythos era a denominação dada à cerveja pelos egípcios, que além do uso como bebida e nos rituais religiosos, também tinha grande aplicação na medicina, entrando na formulação de mais de 100 medicamentos.
A cidade de Peluse, localizada no delta do Nilo, ficou famosa pela produção de diversos tipos de cervejas: claras, escuras, fortes, leves ou adocicadas; com adição de mel, frutas ou ervas aromáticas e pelo esmero na fabricação. Ainda hoje se fabrica uma cerveja rústica no Egito, sob o nome de Bouza, feita a partir de massa de cereais fermentada e cozida, que posteriormente é desmanchada em água e posta a fermentar novamente. Consta que os egípcios gostavam tanto da bebida que seus mortos eram enterrados com algumas jarras cheias de cerveja. A cerveja era um oferecimento importante aos deuses e foi colocada nos túmulos para o pós vida.
Os chineses também já preparavam bebidas fermentadas de cereais desde épocas remotas, sendo que a Samshu já era produzida a cerca de 4300 anos, fermentada à partir de arroz. Também a Kin remonta a esta mesma época. Na América, os incas já produziam bebidas fermentadas de milho muito antes do descobrimento, um exemplo é a Chicha, Chica ou Chicara, produzida até hoje no Peru e Bolívia. Podemos mencionar ainda outras bebidas do grupo das cervejas como o Pombe, produzido a partir do sorgo, pelos nativos africanos; a Soma, a Haoma, o Kanji e o Pchwai, produzidos pelos antigos hindus e persas; a Karva, por nativos de ilhas do pacífico; Oo, da Tailândia; Binuburam, das Filipinas; Torani, das Índias; Rakshi, do Nepal; Kuva, dos nativos platinos da América do Sul; Kwass, da Rússia; Bosa, da Macedônia; Kalja, da Finlândia; Braga, da Romênia, além de inúmeras outras.
Os gregos, embora fosse um povo que habitualmente consumia vinho, já fazia cerveja por volta de 700 a.C. Ésquilo (470 a.C.) numa de suas tragédias faz referência “aos bebedores de vinho de cevada”. Aristóteles também em seus escritos falou sobre a cerveja que, nessa época, já era consumida aos potes pelo povo. Nem todos viam com bons olhos o hábito de tomar cerveja. O rei Argos foi incisivo na sua crítica ao hábito de tomar cerveja: ”Descobrireis que nós os gregos somos uma raça máscula, não bebedores de hidromel de cevada”. Também Plínio foi um dos grandes adversários da cerveja, criticando severamente os egípcios, os ibéricos e os gauleses que consumiam cerveja.
A expansão definitiva da cerveja se deu com o Império Romano, que se encarregou de levá-la para todos os cantos onde ainda não era conhecida. Júlio César era um grande admirador da cerveja e, em 49 a.C., depois de cruzar o Rubicon, ele deu uma grande festa a seus comandantes, na qual a principal bebida era a cerveja. A César também é atribuída a introdução de cerveja entre os britânicos, pois quando ele chegou à Britânia, esse povo apenas bebia leite e licor de mel.
Durante o Império Romano a cerveja continuou a ser fabricada, apesar de ter que concorrer no gosto popular com o vinho e outras bebidas, na própria Roma o vinho transformou-se na bebida dos deuses e a cerveja era fabricada somente nas áreas onde o vinho era difícil de obter. A cerveja passou então a ser a bebida das classes menos favorecidas
Para os romanos, que bebiam quase exclusivamente vinho, a cerveja era uma bebida bárbara horrível. Tacitus, um historiador romano, escreveu sobre os Teutões, alemães antigos, e citou "para beber, o teutão bebe uma horrível fermentação de cevada ou trigo, uma bebida que tem uma similaridade muito distante do vinho”. Esse tipo de cerveja não podia ser armazenada, era turva e produzia muito pouca espuma.
Com a ascensão do império romano. a cerveja passou a ser a bebida preferida, ao que parece por todas as classes Seu consumo era tão grande que motivou Diocleciano a estabelecer uma política de preços para pôr ordem no mercado. Essa legislação sobre a cerveja já distinguia as duas principais espécies: a cerveja escura e a clara.
A cerveja sempre foi consumida em países onde o clima e o solo eram inadequados para a produção de vinho de uva.
Os povos do norte da Europa descobriram a técnica da cervejaria não muito antes da era cristã. As primeiras bebidas celtas e teutônicas feitas de uma mistura de milho e mel originaram o "hidromel" de sabor ligeiramente ácido, o que levou ao desenvolvimento de fermentações lácticas...
Encontrei um artigo, que relata a História da Cerveja, desde sua origem... à 10.000 anos!
O texto é longo, mas vale à pena conferir, porque dá uma noção da importância da cerveja para a Humanidade, e como conquistou tantos adeptos pelo Mundo!
"A HISTÓRIA DA CERVEJA"
(Por: Carlos Alberto Tavares Coutinho)
A origem das denominações atuais da cerveja, vêm da antigüidade. Plínio, menciona o uso da cerveja na península Ibérica com o nome de Célia e Céria e na Gália, com o nome de Cerevisia ou Cervisia. Provavelmente derivados do nome da deusa Ceres. Muito antes disto, Platão, na antiga Grécia, a denominava de Cerialis liquor. Archiloco, menciona a Bryton, produzida com cevada, pelos frígios e pelos trácios (búlgaros). Os ilíricos e os panônios, a chamavam de Sabaja ou Sabajum. O nome Cerveja (português), Cerveza ou Cervesa (castelhano), Giarvusa (retorromânico), Cervoise (francês arcaico), derivam das palavras Cerevisia ou Cervisia do latim. Já o nome Birra (italiano), Bière (francês), Beer (inglês), Bier (alemão) e Pivo (povos eslavos), derivam dos termos Peor, Bior e Pier do alemão arcaico, que por sua vez deriva dos termos Biber ou Biberis do latim. Outros antigos termos alemães (alu, alo, e ealo) ainda são conservados no inglês (ale).
Há mais de 10.000 anos, o homem primitivo conheceu o fenômeno da fermentação e obteve, em pequena escala, as primeiras bebidas alcoólicas.
Quase todos os povos primitivos elaboravam algum tipo de bebida alcoólica equivalente à cerveja. Perdem-se no tempo as primeiras bebidas elaboradas pelo homem, que remontam à pré-história. Matérias primas açucaradas como mel, suco de frutas, suco de palmas, além do leite e féculas, serviram de base para a elaboração destas bebidas. Ainda não há um consenso entre os historiadores sobre a origem da cerveja, entretanto esta bebida é tida como a mais antiga consumida pelo homem.
A cerveja é tão antiga quanto o pão, pois era obtida a partir da fermentação de cereais como cevada e trigo. A cerveja era feita por padeiros devido à natureza da matéria-prima utilizada: grãos de cereais e leveduras. A cevada era deixada de molho até germinar e, então, moída grosseiramente, moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados fermentar.
Há evidências de que a prática da cervejaria originou-se na região da Mesopotâmia onde a cevada cresce em estado selvagem. Os primeiros registros de fabricação de cerveja têm aproximadamente 6.000 anos e remetem aos Sumérios. Provavelmente os Sumérios descobriram o processo de fermentação por acaso. Naturalmente, ninguém sabe hoje, exatamente como isto ocorreu, mas poderia ser que uma parte do pão de cevada ficou molhada e esquecida simplesmente, depois de algum tempo o pão começou a fermentar e resultou numa polpa inebriante. A primeira cerveja foi provavelmente um acidente. Tem-se que a cerveja feita de cevada maltada já era fabricada na Mesopotâmia. No 4º ou 5º milênio A.C. já existiam diversos tipos de cerveja. Documentos históricos mostram que em 2100 a.C. os sumérios alegravam-se com uma bebida fermentada, obtida de cereais. Na Suméria, cerca de 40% da produção dos cereais destinavam-se às cervejarias chamadas "casas de cerveja", mantida por mulheres. Uma antiga placa de argila gravada com a língua suméria indica que a fabricação de cerveja era uma profissão feminina e altamente respeitada e esboça as etapas para fazer a cerveja. Esta placa tem pictógrafos que representam a cevada, pão cozinhando, pão desintegrado sendo posto na água, a massa sendo feita e então uma bebida.
Os Sumérios aperfeiçoaram este processo e são reconhecidos como a primeira cultura civilizada a fabricar a cerveja, tinham descoberto a divina bebida que ofereceriam a seus deuses. Como em 1800 a.C. ofereceram em celebração a deusa Ninkasi. A cerveja foi bebida com uma palha para ajudar a filtrar os sedimentos e o pão encharcado que era parte da fermentação.
Quando o império sumério desmoronou, os babilônios transformaram as leis da Mesopotamia e incorporaram a cultura suméria à sua própria. Em conseqüência, adquiriram o conhecimento para fabricar a cerveja. Os babilônios fabricaram pelo menos vinte tipos diferentes de cerveja, sendo 8 fermentadas com emmer puro (tipo de grão pré-histórico, similar ao trigo), 8 de cevada pura e 4 de mistura de grãos. Nesta época a cerveja era turva e não filtrada e era bebida com ajuda de palha para evitar que o resíduo alcançasse a boca pois era muito amargo. O 6º rei babilônio, Hammurabi, decretou uma coleção de leis sôbre a cerveja, dentre as quais havia uma que estabelecia uma ração diária de cerveja. Quanto mais elevado o status, mais cerveja recebia, como por exemplo: um trabalhador normal recebia 2 litros, os empregados do império recebiam 3 litros, os sacerdotes e os altos administradores recebiam 5 litros. Nesta época a cerveja não era vendida, mas trocada por cevada, o rei Hammurabi decretou a morte por afogamento em sua própria cerveja de uma mulher que aceitou pagamento para o seu produto, afogamento também era a punição para cerveja de baixa qualidade. Os babilônios exportaram também a cerveja para o Egito, apesar de estar distante 1000 quilômetros.
Os egípcios logo aprenderam a arte de fabricar cerveja e carregaram a tradição no milênio seguinte. Continuaram a usar o pão para fermentar a cerveja mas adicionaram também temperos para modificar seu sabor. Os egípcios antigos tiveram mesmo um hieróglifo para o fabricante de cerveja o que ilustra a importância da fabricação de cerveja para a cultura. Os antigos originais egípcios mostram que a cerveja e o pão eram parte da dieta diária e tanto foram consumidos pelo ricos quanto pelo pobres.
A cervejaria mais antiga que se conhece foi descoberta recentemente por arqueólogos no Egito. Ela data de 5400 anos a.C. e produzia vários tipos de cerveja.
A cerveja produzida naquela época era bem diferente da de hoje em dia. Era escura, forte e muitas vezes substituia a água, sujeita a todos os tipos de contaminação, causando diversas doenças à população. Mas a base do produto, a cevada fermentada, era a mesma. Ela já fazia parte do cardápio da humanidade desde o começo das primeiras civilizações mesopotâmicas.
Nessa mesma época, a cerveja era utilizada como moeda para pagar os trabalhadores e também como produto de beleza para as egípcias, que acreditavam em seus poderes de rejuvenescimento. No Egito, a cerveja ganhou status de bebida nacional, sua fabricação ficava por conta das sacerdotisas dos templos de seus deuses. Zythos era a denominação dada à cerveja pelos egípcios, que além do uso como bebida e nos rituais religiosos, também tinha grande aplicação na medicina, entrando na formulação de mais de 100 medicamentos.
A cidade de Peluse, localizada no delta do Nilo, ficou famosa pela produção de diversos tipos de cervejas: claras, escuras, fortes, leves ou adocicadas; com adição de mel, frutas ou ervas aromáticas e pelo esmero na fabricação. Ainda hoje se fabrica uma cerveja rústica no Egito, sob o nome de Bouza, feita a partir de massa de cereais fermentada e cozida, que posteriormente é desmanchada em água e posta a fermentar novamente. Consta que os egípcios gostavam tanto da bebida que seus mortos eram enterrados com algumas jarras cheias de cerveja. A cerveja era um oferecimento importante aos deuses e foi colocada nos túmulos para o pós vida.
Os chineses também já preparavam bebidas fermentadas de cereais desde épocas remotas, sendo que a Samshu já era produzida a cerca de 4300 anos, fermentada à partir de arroz. Também a Kin remonta a esta mesma época. Na América, os incas já produziam bebidas fermentadas de milho muito antes do descobrimento, um exemplo é a Chicha, Chica ou Chicara, produzida até hoje no Peru e Bolívia. Podemos mencionar ainda outras bebidas do grupo das cervejas como o Pombe, produzido a partir do sorgo, pelos nativos africanos; a Soma, a Haoma, o Kanji e o Pchwai, produzidos pelos antigos hindus e persas; a Karva, por nativos de ilhas do pacífico; Oo, da Tailândia; Binuburam, das Filipinas; Torani, das Índias; Rakshi, do Nepal; Kuva, dos nativos platinos da América do Sul; Kwass, da Rússia; Bosa, da Macedônia; Kalja, da Finlândia; Braga, da Romênia, além de inúmeras outras.
Os gregos, embora fosse um povo que habitualmente consumia vinho, já fazia cerveja por volta de 700 a.C. Ésquilo (470 a.C.) numa de suas tragédias faz referência “aos bebedores de vinho de cevada”. Aristóteles também em seus escritos falou sobre a cerveja que, nessa época, já era consumida aos potes pelo povo. Nem todos viam com bons olhos o hábito de tomar cerveja. O rei Argos foi incisivo na sua crítica ao hábito de tomar cerveja: ”Descobrireis que nós os gregos somos uma raça máscula, não bebedores de hidromel de cevada”. Também Plínio foi um dos grandes adversários da cerveja, criticando severamente os egípcios, os ibéricos e os gauleses que consumiam cerveja.
A expansão definitiva da cerveja se deu com o Império Romano, que se encarregou de levá-la para todos os cantos onde ainda não era conhecida. Júlio César era um grande admirador da cerveja e, em 49 a.C., depois de cruzar o Rubicon, ele deu uma grande festa a seus comandantes, na qual a principal bebida era a cerveja. A César também é atribuída a introdução de cerveja entre os britânicos, pois quando ele chegou à Britânia, esse povo apenas bebia leite e licor de mel.
Durante o Império Romano a cerveja continuou a ser fabricada, apesar de ter que concorrer no gosto popular com o vinho e outras bebidas, na própria Roma o vinho transformou-se na bebida dos deuses e a cerveja era fabricada somente nas áreas onde o vinho era difícil de obter. A cerveja passou então a ser a bebida das classes menos favorecidas
Para os romanos, que bebiam quase exclusivamente vinho, a cerveja era uma bebida bárbara horrível. Tacitus, um historiador romano, escreveu sobre os Teutões, alemães antigos, e citou "para beber, o teutão bebe uma horrível fermentação de cevada ou trigo, uma bebida que tem uma similaridade muito distante do vinho”. Esse tipo de cerveja não podia ser armazenada, era turva e produzia muito pouca espuma.
Com a ascensão do império romano. a cerveja passou a ser a bebida preferida, ao que parece por todas as classes Seu consumo era tão grande que motivou Diocleciano a estabelecer uma política de preços para pôr ordem no mercado. Essa legislação sobre a cerveja já distinguia as duas principais espécies: a cerveja escura e a clara.
A cerveja sempre foi consumida em países onde o clima e o solo eram inadequados para a produção de vinho de uva.
Os povos do norte da Europa descobriram a técnica da cervejaria não muito antes da era cristã. As primeiras bebidas celtas e teutônicas feitas de uma mistura de milho e mel originaram o "hidromel" de sabor ligeiramente ácido, o que levou ao desenvolvimento de fermentações lácticas...